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Ato contra cortes na educação reúne 25 mil pessoas em Goiânia

Atualizado: 8 de mai. de 2023

"Não existe outra arma se não a organização dos estudantes e dos trabalhadores contra as medidas do governo federal"


Texto e imagens: Heloisa Sousa


Assembleia no início do ato, na Praça Universitária.
Assembleia no início do ato, na Praça Universitária.

Ocorreu no ultimo dia 15, em Goiânia, uma manifestação envolvendo principalmente estudantes das instituições federais do estado, contra o corte de verbas às instituições de educação pública anunciada pelo governo federal na última semana. O movimento nomeado "15 eu paro" ocorreu em todo o território nacional e contou com a paralisação dos estudantes e funcionários das redes públicas de ensino superior.


Em Goiânia, as manifestações começaram às 8 horas no campus Samambaia, da Universidade Federal de Goiás (UFG), com um café da manhã no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (CEPAE), em seguida houve uma caminhada até a reitoria. Às 13 horas foi realizada uma assembleia na Praça Universitária, que contou com a fala de diversos representantes de movimentos estudantis, sindicatos, centros acadêmicos e membros do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFG e, posteriormente, caminhada até a Praça Cívica. Segundo os organizadores, 25 mil pessoas compareceram à manifestação.


Os manifestantes entoaram palavras de ordem durante todo o percurso como “não vai ter corte, vai ter luta” e levaram também pautas identitárias como a luta pelo fim do racismo, da LGBTfobia e do machismo. “É muito importante movimentos sociais estarem engajados nessa luta e estarem envolvidos com a organização porque dá mais credibilidade para o movimento e são causas que de certa forma dialogam com a educação”, disse Sarah Ferreira, vestibulanda e militante pelo movimento negro, que estava presente no ato.


Cartaz homenageando a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.
Cartaz homenageando a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.

“É um momento onde as entidades estudantis precisam estar organizadas para a mobilização dos estudantes. Não existe outra arma se não a organização dos estudantes e dos trabalhadores contra as medidas do governo federal”, disse Luciana Rodrigues, coordenadora geral do DCE e estudante de direito na UFG. Ela conta que os planos do DCE e também de outras entidades estudantis de Goiânia é focar em um movimento voltado mais para as bases. “É preocupante ver as nossas universidades públicas sendo sequestradas, e o pedido de resgate é a previdência social brasileira”, completa.



O corte


No final de abril, o atual ministro da educação, Abraham Weintraub, anunciou o corte de três universidades federais alegando não haver grande desempenho dos estudantes por motivos de “balbúrdia”. No mesmo dia, após críticas nas redes sociais, o Ministério da Educação (MEC) informou um corte de 30% em todas as universidades federais, motivado pela arrecadação de impostos menor do que o previsto.


No dia 7, Weintraub disse que o corte era apenas um contingenciamento e as verbas às universidade poderiam ser desbloqueadas caso a reforma da previdência fosse aprovada. Segundo ele, as universidades federais têm sido priorizadas nos últimos anos nos repasses de recursos e agora se deve dar atenção à educação básica.


Reitores das universidades federais do país temem que, com o corte, as universidades não tenham recursos para permanecer funcionando até o fim do ano. Edward Madureira, reitor da UFG, apresentou, na assembleia que ocorreu no dia 13, dados a respeito do uso de recursos pela universidade, das despesas básicas, como água e energia, até o investimento em pesquisas na instituição.


“Somos mais de 300 mil trabalhadores entre professores e técnicos concursados e mais de 2,5 milhões de estudantes, temos só na UFG mais de 100 mil egressos e é com essa força que vamos impactar a sociedade”, disse ele ao relembrar o importante papel da assembleia que levou à comunidade informações sobre a universidade.


Assembleia no dia 13 de maio, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal.
Assembleia no dia 13 de maio, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal.
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